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Este ano, vai triplicar o número de largadas do parasitóide da vespa da galha do castanheiro no concelho de Vinhais

Depois de se terem realizado 52 largadas em 36 locais no ano passado, esta primavera serão feitas 158 largadas. Apesar do aumento de locais infectados, de 2018 para este ano, os resultados do primeiro ano de luta biológica, apresentados ontem em Vinhais, são considerados positivos, com uma elevada implantação do parasitóide, destacou Albino Bento, professor do Instituto Politécnico de Bragança e coordenador deste projecto de combate à vespa da galha do castanheiro:

“Na avaliação que se fez agora com a colheita das galhas em janeiro, fizemos amostragem em 15 dos 36 pontos de largadas e detetamos o parasitóide em 13 dos locais, o que significa mais de 80%. Isto significa que o parasita se instalou, em alguns locais mais de uma dúzia, e estes são resultados que considero muito interessantes.  “

A boa disseminação do parasitóide, que destrói a vespa da galha do castanheiro naquele concelho, faz antever que a praga pode estar controlada um ou dois anos antes do esperado:

“Se tivermos uma progressão do parasitóide que largamos aqui o ano passado e que se instalou relativamente bem, ao fim de cinco ou seis anos, acredito que chegaremos lá. Naqueles onde largaremos no próximo, será preciso mais um ano, e assim sucessivamente.”

Apesar de satisfeito com os resultados do primeiro ano de luta biológica contra esta praga dos castanheiros, o presidente da câmara de Vinhais, Luís Fernandes, está consciente que ainda haverá alguns anos de prejuízos.

“Vai haver algum impacto nos próximos anos, mas estes resultados deixam-nos satisfeitos no sentido que são menos negativos, e em termos de tempo também representam um período mais reduzido. Como tal, será possível evitar que os prejuízos sejam maiores mas é claro que vai haver uma quebra de produção, infelizmente.”

Abel Pereira, da Arborea, que faz parte do Plano de Combate à Vespa no concelho, e também produtor de castanha, diz que depois de conhecidos os resultados do primeiro ano de largadas fica mais descansado:

“Estou menos preocupado.

Provavelmente ao terceiro ano começaremos a ter 10% de prejuízo, ao quarto deveremos ficar pelos 20%, e se conseguirmos inverter será possível não passar dos 20%/30% de prejuízo.
Ficando nesta taxa, provavelmente que o mercado pode cobrir o preço e os prejuízos podem não ser tão reais ou expectantes. Se tudo correr bem no primeiro ano, e partindo do princípio que estamos no início do campeonato, estamos mais confiantes.”

Este ano estão ainda previstas 19 largadas em Bragança e quatro em Macedo de Cavaleiros.

Fonte: Rádio Onda Livre