O IPB assinalou a data com a distribuição de plantas nas ruas e sensibilizou para a importância da manutenção da ligação à terra
Os brigantinos que passaram na Praça da Sé e no Parque do Eixo Atlântico foram surpreendidos no passado dia 18 de Maio com exposições de plantas e distribuição de hortícolas e aromáticas produzidas nas estufas da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança (IPB). A iniciativa teve como objectivo principal sensibilizar os cidadãos e mostrar-lhes que “as plantas estão na nossa vida todos os dias quer através dos alimentos quer de outras aplicações na agricultura e produtos transformados”, explicou Sílvia Nobre, professora na Escola Superior Agrária (ESA). Foram ainda realizados vários jogos didácticos com as crianças do pré-escolar e do ensino básico. A docente considera que este tipo de sensibilização é importante para fazer o apelo às origens e à importância dessas origens. “Algumas pessoas quando estão a comer pão ou uma bolacha já não se lembram que ele vem do cereal”, frisou. Os mais novos muitas vezes desconhecem que os cereais que comem ao pequeno almoço foram confeccionados com milho e trigo, “apesar de a própria palavra cereais fazer essa evocação”, acrescentou. José Costa, 87 anos, reformado, andava em passeio pela Praça da Sé e deparou-se com a exposição de plantas. Ficou surpreendido e aproveitou para espreitar para se inteirar do que se tratava. Achou a ideia interessante. “Não sabia que era o dia das plantas, mas acho isto bonito e bom. Antigamente fabricava umas terras. Tinha de tudo”, contou.

As plantas não são só importantes na alimentação, também o são em várias energias renováveis, daí que o IPB se tenha associado às comemorações do Dia Mundial do Fascínio das Plantas. “Ê algo que está a ser comemorado internacionalmente a que o IPB se juntou no sentido de falar das plantas mas também das suas utilizações na dietética, nutrição. Há pontos em três locais de Bragança, nomeadamente na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, aqui na Praça da Sé e no Eixo Atlântico”, justificou a docente.

A procura de plantas foi muita, tanto mais que eram gratuitas e diversificadas, desde as aromáticas, como a salsa e o manjericão, até às hortícolas, nomeadamente tomate, quiabos, ervilha, feijão, cereais, entre outras. Também havia castanheiros e outras árvores. Estavam ainda expostos vários produtos transformados, como a massa, as bolachas, óleo de colza, que tiveram na sua base plantas como os cereais. Na região ainda se vive próximo da terra e da agricultura. “Muitas pessoas têm raízes nas aldeias e é importante que não percam esta dimensão”, concluiu Sílvia Nobre.

O comerciante Luís Morais também decidiu indagar a razão do aparto matinal na Praça da Sé e até teve direito a uma ervilha pronta a plantar. “Vou plantá-la, mesmo já sendo um pouco tarde para a sementeira, é para ver no que resulta. Tenho um quintal e gosto de lá passar algum tempo ao fim-de-semana. Há pessoas que desconhecem o processo de crescimento das plantas”, explicou.

Publicado em ‘Mensageiro Bragança’ 24-05-2012.