“Estudar em Bragança é crescer num ambiente académico seguro mas cosmopolita”

Miguel Vilas Boas, diretor da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança, realça o contributo desta instituição de ensino para a criação de valor nos tradicionais produtos de montanha – azeite, castanha e amêndoa -, e na introdução de novas culturas na região como o pistacho.

Quais os cursos da ESA-IPB nos vários níveis de ensino?

Em matéria de oferta a escola promove formações académicas de forma interligada entre os diferentes graus de ensino e complementar entre os vários cursos, o que lhe confere uma identidade única na formação em Ciências Agrárias resultante da interligação desta área de conhecimento com as áreas do ambiente, tecnologia alimentar, biotecnologia, entre outras.
Esta identidade e especificidade são ainda reforçadas com as características ecológicas do espaço de montanha em que se encontra integrada a Escola e que a individualiza na rede nacional de ensino superior das Ciências Agrárias.

Quantos alunos frequentam a vossa escola no atual ano letivo?

O número de estudantes que optam pela oferta educativa disponibilizada pela Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança, tem evoluído de uma forma positiva desde o ano letivo de 2014/2015 correspondendo a um preenchimento de vagas em redor dos 70% para os cursos técnicos superiores profissionais e licenciaturas e 60% para o nível de mestrado. Apesar da tendência generalizada a nível nacional da baixa atratividade pelas formações na área das ciências agrárias, os anos letivos de 11/12 e 12/13 apresentaram uma inversão dessa tendência, particularmente nos cursos de Engenharia Agronómica, Enfermagem Veterinária ou Engenharia Zootécnica. Esta alteração é em grande parte justificada pelo número elevado de candidatos que ingressaram nas licenciaturas como detentores de um curso de tecnológico correspondendo, em diversas formações, a mais de 60% do total ingressos. No ano letivo de 2017/2018 o número total de alunos matriculados ascendia aos 850, onde se inclui um número significativo de estudantes internacionais oriundos de países de língua oficial Portuguesa, mas também do norte de África e de outas partes do globo, os quais frequentam formações da ESA-IPB oferecidas totalmente em língua Inglesa.

Qual é a relevância da Horticultura nos vossos currículos?

A Horticultura assume uma relevância elevada nos planos curriculares dos cursos da área agronómica dos vários níveis de ensino ministrados na ESA-IPB. No Curso Técnico Superior Profissional, CTeSP, em Produção Agrícola, as Unidades Curriculares de produção centram-se nas áreas da Horticultura onde se incluem a Fruticultura Geral, Horticultura e Plantas Aromáticas e Medicinais, Viticultura Geral, Olivicultura e Tecnologia Pós-colheita. No CTeSP de Viticultura e Enologia, assume particular relevância a formação na área da viticultura. Já ao nível de Licenciatura, e em particular na licenciatura em Engenharia Agronómica, a Horticultura molda cerca de 2/3 da formação na área da produção agrícola, repartida por diversas Unidades Curriculares onde também se incluiu tecnologias da azeitona, azeites e óleos vegetais ou tecnologia de vinhos e bebidas alcoólicas. Na licenciatura em Fitofarmácia e Plantas Aromáticas e Medicinais, uma formação exclusiva da ESA-IPB onde se pretende qualificar técnicos com a capacidade de viabilizar a produção de espécies de plantas aromáticas e medicinais e desenvolver tecnologias que potenciem a valorização comercial dos produtos, são estudadas as principais produções herbáceas, arbustivas e arbóreas com interesse para a obtenção de compostos naturais aromáticos e medicinais no âmbito das Unidades Curriculares de Produção de Plantas Aromáticas e Medicinais l e II. Por último, destaca-se a importância da Horticultura no plano do mestrado em Agroecologia, com Unidades Curriculares de Gestão e conservação ecoeficiente de espécies herbáceas e gestão e conservação ecoeficiente de espécies arbustivas e arbóreas, onde a Horticultura é estudada numa vertente agroecológica, assumindo importância as estratégias relacionadas com a preservação dos recursos e o uso eficiente dos fatores de produção.

Que infraestruturas de apoio ao ensino da Horticultura dispõe a ESA-IPB?

A ESA-IPB dispõe de várias infraestruturas de apoio ao ensino da Horticultura, divididas em dois grandes grupos: agropecuárias e de apoio a trabalhos de campo; e laboratoriais.
As infraestruturas agropecuárias e de apoio aos trabalhos de campo encontram-se repartidas por quatro Unidades de Experimentação com um total de 53 hectares. A Qta de Sta Apolónia apresenta uma ocupação cultural orientada para a fruticultura e sistemas agropecuários; na Qta do Pinheiro Manso, predominam as atividades de produção tipicamente mediterrânicas, agregando a exploração animal de pequenos ruminantes; a Qta do Poulão está adequada às atividades de produção próprias das zonas de montanha de influência atlântica, como a produção de bovinos. E finalmente as Estufas e Arboreto ocupada com clones de castanheiro e outras espécies florestais. Nesta unidade encontram-se as estufas de produção vegetal capacitadas para o acompanhamento de trabalhos de investigação mas também para o fornecimento de material vegetal à comunidade.
Estes espaços são acompanhados por um conjunto alargado de laboratórios de apoio pedagógico e científico destacando-se o Laboratório de Solos com serviços de apoio à comunidade, Herbário, Laboratório de Ecologia Terrestre, Informação Geográfica, Sanidade Vegetal, Entomologia, Tecnologia Alimentar, Tecnologias de Proteção do Ambiente, ocupando no total uma área superior a 1000 m2. Acresce ainda os espaços laboratoriais do Centro de Investigação de Montanha onde se desenvolve um elevado número de trabalhos de investigação ao nível de mestrado e doutoramento, e que ocupa uma área de 1300 m2 com laboratórios e equipamentos científicos de ponta.

O que é o Centro de Investigação de Montanha do IPB e que mais-valias representa para a economia da região?

O CIMO é uma unidade de I&D sediada no Instituto Politécnico de Bragança (IPB) dedicada à investigação em montanhas Mediterrânicas, combinando ciências naturais, sociais e da engenharia na promoção do desenvolvimento sustentado baseado em recursos endógenos e na criação de cadeias de valor, transformando especificidades da montanha Mediterrânica em temas científicos, aumentando o impacto regional de l&l.
O Centro está organizado em 2 grupos de investigação: ‘Sistemas Sócio-ecológicos”, abordando sistemas ecológicos geridos pelo Homem, a partir de interligação de componentes socioeconómicos e ecológicos, incluindo os Tópicos “Resiliência Sócio-ecológica” e “Agricultura Sustentável e Cadeias Agroalimentares Inovadoras”, e ‘Processos e Produtos Sustentáveis”, dedicado a processos e produtos inovadores, procurando funcionalidade, desempenho e sustentabilidade, incluindo os Tópicos “Engenharia de Processos e Produtos” e “Ingredientes Naturais e de Base Natural”.
O CIMO é composto por 132 investigadores dos Institutos Politécnicos de Bragança e de Viana do Castelo (IPVC). Com notáveis registos de publicações, estes investigadores são igualmente lideres na partilha de conhecimento e saber-fazer, estimulando oportunidades de negócio e desenvolvimento socioeconómico. São responsáveis por projetos, redes, organizações científicas e publicações nacionais e internacionais. A investigação decorre em instalações de alta qualidade como os laboratórios do CIMO, instalações à escala piloto no Brigantia EcoPark e laboratórios e quintas experimentais no IPB e IPVC.
O CIMO encontra-se socialmente comprometido na criação de oportunidades e de rendimentos para e em áreas de montanha, transformando desafios regionais em oportunidades e estendendo o seu impacto socioeconómico a níveis nacionais e internacionais.
Conta com inúmeros projetos com impacto na economia local, destacando-se o plano de controlo do cancro do castanheiro, Cryphonectria parasítica, assente no desenvolvimento de um produto próprio, DICTIS, aprovado pelo Ministério da Agricultura e já aplicado em mais de 15.000 árvores no norte e Alentejo de Portugal. O projeto Mobilizador ValorNatural (Valorização de recursos naturais através da extração de ingredientes de elevado valor acrescentado para aplicações na indústria alimentar) é outra das intervenções do CIMO com forte impacto regional e que visa a promoção da produção sustentada de fontes naturais ricas em compostos de interesse e a utilização de bio resíduos para a produção de corantes, conservantes, aromas e bioativos. A multidisciplinaridade deste projeto assenta num consórcio que para além do CIMO inclui o Laboratório Associado Laboratório de Processos de Separação e Reação-Laboratório de Catálise e Materiais (LA LSRE-LCM), representado pelo grupo da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI), uma unidade do Laboratório Associado de Energia, Transportes e Aeronáutica (LAETA), o Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos (CNCFS), o Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ), e treze empresas representativas da cadeia de valor em causa, das quais se destaca a líder do projeto, a TecPan – Tecnologia e Produtos para Pastelaria e Panificação, Lda.

Em Olivicultura, quais os projetos de I&D mais relevantes em que a ESA-IPB participa/lidera? Refira o impacto real que têm na melhoria dos olivais e do azeite produzido na região?

A olivicultura é sem dúvida uma das áreas de maior dinâmica na ESA-IPB em termos de I&D. A título de exemplo refira-se que já se desenvolveram na nossa Escola treze teses de doutoramento e mais de 30 dissertações de mestrado nesta área e um grande número de projectos I&D com financiamento externo. Atualmente estão em curso sete projectos de investigação financiados por diferentes programas como sejam H2020, PTDC (FCT), PDR 2020. Dada a importância e o alarme ao nível da União Europeia destacamos o Projeto “XF-ACTORS – Xylella Fastidiosa Active Containment Through a multidisciplinary-Oriented Research Strategy” financiado pela União Europeia e em que a ESA-IPB e a única instituição nacional parceira. Neste projecto estuda-se a bactéria fitopatogénica Xylella fastidiosa e os seus vetores e acompanha-se o que está a ser feito a nível mundial nesta doença que ataca mais de 200 plantas e que foi descoberta na Europa pela primeira vez em 2013 em Itália e que neste momento já está em Espanha.
Mas temos também projectos nas áreas da Gestão da fertilidade do solo e da nutrição mineral da oliveira; da mecanização da cultura; da proteção da oliveira contra pragas e doenças e desenvolvimento de meios de protecção; e do azeite e azeitona de mesa. Todos estes projectos têm sido desenvolvidos com associações de agricultores, cooperativas e produtores e têm visado contribuir para o desenvolvimento de problemas reais com impacto ou ao nível produtivo ou ao nível da melhoria de qualidade dos produtos obtidos. Estamos em crer que o reconhecimento da qualidade do azeite produzido em Trás-os-Montes, que todos os anos ganha prémios nos mais variados concursos internacionais e nacionais, tem muito o contributo do trabalho desenvolvido pela ESA-IPB ao longo destes mais de 20 anos.

Nas culturas da castanha e da amêndoa, quais as principais linhas de investigação aplicada em curso na ESA-IPB?

Os frutos secos são também outra das prioridades que mais tem despertado o interesse dos investigadores da ESA-IPB, refletindo evidentemente a importância dessas culturas no espaço regional onde se insere a instituição. O Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos recentemente criado e em que participam mais de 50 instituições nacionais, e o seu funcionamento em Bragança, é também resultado da expressão e contribuição da investigação desenvolvida ao longo dos últimos anos pela ESA-IPB neste setor.
As linhas de investigação para estas duas culturas são bastante abrangentes e estão desde logo focadas na gestão dos solos e eficiência do uso da água, na utilização de estratégias integradas de controlo e combate a pragas e doenças, mas também no impacto que as diferentes variáveis provocam na qualidade dos frutos e nas questões de marketing que possam maximizar a sua comercialização. No âmbito dos diversos projetos para as duas culturas é de destacar o Programa de Luta Biológica para Tratamento do Cancro do Castanheiro (Cryphonectria parasitica) sustentado na aplicação de um bioproduto especifico, DICTIS, totalmente desenvolvido no âmbito da investigação em curso na ESA-IPB.

A região de Trás-os-Montes tem potencial para desenvolver mais a Horticultura diversificando culturas e modos de produção? Que contributo está a dar a ESA-IPB nesse sentido?

A região de Trás-os-Montes tem um enorme potencial para desenvolvimento quer de novas culturas quer da diversificação de modos de produção. A cultura do Pistacho e o incremento significativo da produção em modo biológico são dois exemplos evidentes desta tendência. A Escola Superior Agrária, no âmbito de vários projetos de investigação e desenvolvimento, tem dado um contributo relevante nestes domínios, quer através da realização de estudos sobre a adaptação agroecológica de novas culturas quer através de estudos na área da proteção sanitária, desenvolvendo métodos de luta alternativos à luta química e fomentando a biodiversidade funcional numa estratégia de proteção biológica por conservação, na área da gestão e da fertilidade do solo com a implementação de diferentes cobertos vegetais e a avaliação da sua influência ao nível do ciclo de nutrientes e da proteção do solo contra a erosão. Destacam-se ainda os estudos sobre o efeito de diferentes estratégias de rega deficitária na melhoria da eficiência do uso da água, promovendo assim a prática do regadio sustentável.

A fixação da população no Interior é um enorme desafio. Considera que há entre os alunos finalistas e ex-alunos da ESA-IPB vontade de se fixarem na região e ajudar a criar riqueza? Como podem as instituições de ensino como a vossa ajudar nesta missão?

Estudar em Bragança é crescer num ambiente académico seguro mas cosmopolita, o que resulta de uma cidade que sabe acolher os seus estudantes e reconhece neles a importância para o seu próprio desenvolvimento (representam mais de 20% da população residente), mas também onde se cruzam culturas e religiões oriundas de todas as partes do globo num ambiente fraterno e tolerante. Esta convivência resulta num apego carinhoso pela cidade que fica bem expresso no hino dos estudantes “Amigos para sempre/seremos até morrer/eu chorarei quando tiver que partir… “. Nesse sentido é uma responsabilidade da instituição proporcionar condições que promovam oportunidades profissionais a estes estudantes, que com origens diversas, pretendem se instalar e contribuir para o desenvolvimento da região. O apoio à criação de empresas prestado pelo Gabinete de Empreendedorismo é uma das ferramentas disponibilizadas pelo Instituto aos estudantes que procuram desenvolver as suas próprias ideias, mas o futuro passa também por alterar o paradigma do ensino deslocando o aluno do ambiente professor/aula para um espaço onde ele próprio possa definir a sua aprendizagem e desenvolver processos de inovação criativa. É neste contexto que a ESA-IPB está orientar algumas formações de mestrado promovendo o empreendedorismo científico e a sua ligação aos centros de investigação, contando com o apoio do tecido empresarial, do município e também do Parque de Ciência e Tecnologia Brigantia EcoPark.

 

Projetos sobre Olivicultura em curso na ESA/IPB

  • SustenOlive – Grupo Operacional Olivicultura e Azeite – Melhoria das práticas de rega e fertilização nas explorações olivíolas em Trás-os-Montes para a sustentabilidade do olival.
  • Novas práticas em olivais de sequeiro: estratégias de mitigação e adaptação às alterações climáticas.
  • XF-ACTORS – Xylella Fastidiosa Active Containment Through a multidisciplinary-Oriented Research Strategy.
  • Estudo multifuncional do Fluido Xilémico de cultivares portuguesas de oliveira e a sua relação com a suscetibilidade à infeção por xylelle fastidiosa.
  • Biosave – Increasing the economic potential and sustainability of olive oil and chestnut fruit sectors.
  • Gestão dos serviços de ecossistema no olival utilizando modelos espaciais avançados.
  • Exploração da indução de resistência de oliveiras por fungos benéficos como uma nova abordagem sustentável para proteção do olival.

 

Projetos sobre Amendoeira em curso na ESA/IPB

  • Avaliação do estado de fertilidade dos solos e do estado nutricional dos pomares de amendoeira. Resposta das plantas à aplicação de fertilizantes. Sistemas de manutenção do solo no amendoal.
  • Estudo da bioecologia das pragas-chave da amendoeira e meios de proteção, através da proteção biológica de conservação e da aplicação de meios de luta biológica e biotécnica.
  • Estudo do efeito da aplicação de diversas tecnologias de pós-colheita e conservação nas propriedades físico-químicas, biológicas e tecno-funcionais da amêndoa. Caracterização química, determinação de estruturas moleculares, avaliação de diferentes tipos de bioatividade.
  • Diagnóstico e estratégia: análise setorial e identificação de constrangimentos e potencialidades a nível da produção, comercialização e consumo. Análise do desempenho empresarial e de mercado.

 

Projetos sobre Castanheiro em curso na ESA/IPB

  • Avaliação do estado de fertilidade dos solos e do estado nutricional dos soutos. Resposta das plantas à aplicação de fertilizantes. Sistemas de manutenção do solo em castanheiro
  • Avaliação da capacidade de propagação in vitro de clones adultos de castanheiro. Avaliação da resposta fisiológica de plantas de castanheiro à micorrização. Avaliação química de fungos micorrízicos e da resposta de raízes ao processo de associação simbiótica. Caracterização química de fungos da flora micológica de soutos e castinçais.
  • Diagnóstico da doença da tinta nas plantas, solo e água e avaliação de estratégias de proteção aplicadas durante o prolongado ciclo de vida do castanheiro. Identificar e caraterizar as estirpes hipovirulentas compatíveis com a população virulenta do fungo presente em Portugal.
  • Estudo da bioecologia das pragas-chave do castanheiro e meios de proteção para minorar/resolver os problemas fitossanitários, através da proteção biológica de conservação e da aplicação de meios de luta biológica e biotécnica.
  • Caracterização dos soutos em termos produtivos e de vigor. Avaliação do potencial de expansão do castanheiro e a sua aptidão atual; Metodologias de Introdução de resiliência na gestão face às alterações climáticas e práticas de gestão adaptativa. Avaliação do estado da sustentabilidade atual dos ecossistemas com a gestão tradicional praticada.
  • Estudo do efeito da aplicação de diversas tecnologias de pós-colheita nas propriedades físico-químicas, biológicas e tecno-funcionais de produtos de origem vegetal.
  • Diagnóstico e estratégia: análise setorial e identificação de constrangimentos e potencialidades a nível da produção, comercialização e consumo com impacto nos negócios. Análise do desempenho empresarial e de mercado.

Publicado na REVISTA DA APH Nº130 (outubro, novembro, dezembro 2018)