Director da Escola Agrária do Politécnico de Bragança alerta para o perigo de extinção do engenheiro florestal debatem Portugal. E que não há candidatos.

Albino Bento corta a direito: “Os cursos de Agronomia são dos que mais emprego garantem em Portugal e, mesmo assim, muitas vagas ficam por preencher”

Na Conferência de Macedo de Cavaleiros (parceria CM, JdN e BPI), o diretor da Escola Agrária do Instituto Politécnico de Bragança alertou mesmo para a possibilidade de “extinção” a curto prazo, do engenheiro florestal no nosso país.

“A Engenharia Florestal”, que no meu entendimento é uma área estratégica para o nosso país, não tem procura. O curso existe em cinco escolas e, ao todo, não tem mais de quinze alunos“, afirmou o professor.

Neste debate, Francisco Pavão, da Comissão Vitivinícola de Trás-os-Montes, deu conta do bom andamento na revitalização da vinha, sublinhando que a região já produz três milhões de litros de vinho certificado.

“Durante muitos anos verificou-se um enorme abandono da vinha, pelo que ainda temos muito caminho a trilhar na reconversão”, afirmou Francisco Pavão, mostrando-se confiante no sucesso cada vez maior dos vinhos da região.

Fernando Moreno, presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, lembrou que é “necessário continuar a apoiar todos aqueles que queiram apostar na terra como forma de vida, uma vez que o que existe é, no essencial, agricultura de subsistência”

“Somos um concelho rural, mas os censos de 2011 dão conta de apenas 14 por cento de agricultores”, exemplificou o autarca.

Miguel Ribeiro, do banco BPI, disse que “o que tem acontecido na agricultura portuguesa é uma revolução, tanto ao nível do crescimento como da criação de emprego”. Para o gestor, os homens da terra “são um exemplo”.

PRORURIS APOIOU CEM AGRICULTORES
A Proruris, empresa municipal de Vinhais, dedicada ao desenvolvimento rural, foi criada há seis anos e ajudou a instalar mais de cem jovens agricultores. Além disso, dá apoio a cerca de 1200 agricultores da região.

MACEDO TORNA-SE CAPITAL DO MEL
Com uma produção a rondar as cem toneladas de mel por ano, o concelho de Macedo de Cavaleiros quer afirmar-se como “capital nacional da apicultura”. A revelação foi feita pelo presidente da câmara.

PORMENORES PEQUENA AGRICULTURA
Carlos Silva, presidente da Proruris, defende que “é um erro negligenciar a pequena agricultura”, assegurando que “ela garante os fornecimentes à agroindústria”.

SEIS MILHÕES DE LITROS
Os quatro mil viticultores de Trás-os-Montes produzem seis milhões de litros de vinho por ano, mas só metade (três milhões de litros) é certificado.

NOVAS PLANTAÇÕES
A região de Trás-os-Montes já atingiu os 65 engarrafadores, num crescimento que acompanha os 600 hectares de novas plantações.

BAIXAS EXPORTAÇÕES
Apesar do crescimento registado (a região já tem mais de dez mil hectares de vinha), as exportações ainda no ultrapassam os cinco por cento.

CULTURAS ALTERNATIVAS
Em Macedo de Cavaleiros há uma empresa que produz 250 toneladas de morangos por ano – uma alternativa.

Publicado em ‘ Jornal de Negócios’ 20 de Novembro de 2013.